Como chegar em forma para o próximo verão
Perder as gordurinhas extras até o final do ano? Veja o que os especialistas indicam para quem deseja terminar 2018 com saúde e de bem com o corpo
Comecemos pelo básico: alimentar-se de forma saudável e praticar exercícios. Esses são os caminhos certeiros para emagrecer e manter-se bem. “É preciso diminuir a ingestão de calorias, ter o balanço energético negativo”, lembra a endocrinologista Maria Edna de Melo, presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso).“E é muito grande a importância da prática de atividade física”, continua.“Na nossa sociedade, a obesidade se instala na fragilidade da nossa biologia”, comenta a médica. Ou seja, ainda nascemos programados para gastar energia na caça ao alimento, mas, na prática, encontramos comida calórica e palatável com grande facilidade.
Alimentação
“Faça uma reeducação alimentar que dure pelo resto da vida ao invés de uma dieta radical”, indica a nutricionista Monica Beyrute, da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso). “Alimentar-se é um ato social, emocional e cultural e todos esses fatores devem ser levados em conta”, continua a também nutricionista, Alyne Mayumi, da Clínica Più Salute, de São Paulo. “Mudanças de hábito, escolhas mais conscientes e equilíbrioformam a chave para o sucesso e elas são conquistadas aos pouquinhos”, continua.
Priorizar a comida saudável, caseira, com o mínimo de ingredientes processados, é premissa básica. “Um bom café da manhã já ajuda a acionar o metabolismo”, avisa o endocrinologista Paulo Rosenbaum, do Hospital Albert Einstein, na capital paulista. Pão, queijo, café e uma fruta, equivalentes a 30% da alimentação do dia, formam um bom cardápio. “É verdade aquela frase que diz tomar café da manhã como um rei, almoçar como um príncipe e jantar como um mendigo”, lembra Márcio Mancini endocrinologista e chefe do Grupo de Obesidade e Síndrome Metabólica do Hospital das Clínicas de São Paulo. O controle de gorduras e açúcar é básico. Esses alimentos devem ser evitados ao máximo quando o tempo é curto.
De olho na balança
Outro segredo é ficar de bem com a balança e monitorar seu peso de uma a duas vezes por semana. “Há variações, às vezes até no mesmo dia”, alerta a endocrinologista Maria Edna. “Mas é um hábito importante porque muitas pessoas com tendência a ganhar peso só vão perceber que engordaram depois de cinco ou dez quilos a mais”, conta.
Exercícios
Para ter sucesso é preciso, além de mudar a alimentação, praticar alguma atividade física. “Quem quer emagrecer tem de fazer exercício. Não há como não fazer”, avisa Paulo Rosenbaum. O endocrinologista prescreve ao menos de 150 a 300 minutos de caminhada rápida divididos em cinco vezes na semana. Uma pessoa de 60 quilos que caminhe de forma acelerada por 30 minutos, consumirá 140 calorias.
Mas o certo mesmo é procurar apoio para uma prescrição individualizada. “O ideal é passar por uma equipe de profissionais da área de saúde para a realização de exames clínicos e de uma avaliação com um educador físico, para que possa ser prescrito o treinamento adequado, que pode variar de duas a cinco vezes por semana”, sugere a educadora física Val Barbosa, personal com ênfase em condicionamento físico para idosos e professora de Pilates, da Clínica Più Salute, de São Paulo.
Obesidade
Vários fatores podem fazem engordar. Nem sempre os quilos indesejados são resultado apenas de um consumo calórico maior que o gasto. Gestação, menopausa, problemas de tireoide, efeito colateral de alguns remédios, e o passar dos anos também podem contribuir para o ganho de peso. Por isso, é importante estabelecer metas possíveis de serem alcançadas. “É preciso respeitar o seu corpo e gostar do jeito que você é”, prescreve o endocrinologista Paulo Rosenbaum. “E não acreditar em milagres, como remédio que a vizinha tomou”, exemplifica. A saída, portanto, é tentar ao máximo possível, um programa individualizado. “Acho importante ter um nutricionista para ajudar”, indica o especialista.
O auxílio profissional é fundamental principalmente para aqueles que tentam de tudo e não conseguem emagrecer. Alguma pessoas precisam de ajuda para sempre. “A obesidade é considerada uma doença, e deve ser controlada durante toda a vida”, alerta o endocrinologista Márcio Mancini, diretor da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e chefe do Ambulatório de Obesidade do Hospital das Clínicas, de São Paulo.
Diferentemente daquele que estão com sobrepeso, as pessoas com Índice de Massa Corpórea (IMC) igual ou maior que 30 precisam de acompanhamento médico. “Aqueles que têm problema crônico precisam de um tratamento medicamentoso, são como as pessoas com diabetes ou pressão alta”, compara Mancini. Nesse caso, é imprescindível o acompanhamento médico. “Até os anos 90, obesidade era considerada consequência da gula e da preguiça”, comenta o endocrinologista. “Hoje se sabe que é um problema crônico que vai precisar de um tratamento crônico”, conclui.
Fonte: Revista Veja