Como o profissional de educação física ajuda no tratamento da osteoporose
A incidência de quedas e a severidade das complicações aumentam com a idade, comprometendo progressivamente a independência funcional. Estudos apontam que a incidência das fraturas osteoporóticas está aumentando. Estima-se que em 2050, elas atingirão mais de 6 milhões de pessoas em todo o mundo. As mulheres são mais frágeis que os homens em todas as idades; por esse motivo, as quedas e fraturas de quadril no sexo feminino são de 2 a 3 vezes superiores às verificadas nos homens. Cerca de 70% das fraturas ocorridas em pessoas com mais de 45 anos são correlacionadas com a osteoporose. A maioria dessas lesões ocorrem em mulheres. Mais da metade das mulheres na menopausa desenvolverá fraturas espontâneas como resultado da osteoporose.
QUADRO CLÍNICO
Geralmente, a osteoporose é assintomática. Os pacientes tomam conhecimento da doença quando ocorre uma fratura ou o médico observa alteração em exame de radiografia ou densitometria óssea (DMO). Os locais de maior ocorrência de fraturas de baixo impacto são vértebras, punho e região proximal do fêmur. As fraturas de fêmur são facilmente diagnosticadas; entretanto, só 30% dos pacientes com fraturas vertebrais procuram atendimento médico. Os mais jovens fraturam o punho ao tentarem diminuir o impacto da queda. Mais tardiamente, ocorrem as fraturas de vértebras e, geralmente, após os 70 anos, as femorais, quando, então, o indivíduo já não apresenta reflexos posturais adequados, caindo sentado.
A maioria das fraturas vertebrais ocorre nas vértebras torácicas inferiores ou lombares superiores, provocadas por mínimos traumas, como, ao inclinar-se para frente para pegar um objeto, levantar um peso maior, tossir, sentar-se abruptamente ou até pequenas quedas. A dor por compressão vertebral é aguda, de forte intensidade, permanecendo por 6 a 8 semanas, e é evidenciada pela digitopressão da área comprometida. O colapso vertebral progressivo acaba produzindo hipercifose (corcunda ou corcova de viúva), diminuição da altura e da lordose natural lombar.
A dor, a hipercifose, a perda de altura, a restrição dos movimentos respiratórios e a compressão gástrica são consequências da fratura vertebral.
DIAGNÓSTICO E MONITORAMENTO DA OSTEOPOROSE
O exame clínico é pouco significativo para o diagnóstico da osteoporose em suas fases iniciais. Porém, a investigação clínica dos fatores de risco é fundamental para identificar possíveis vítimas e alguns exames complementares podem ajudar nesse diagnóstico, sendo os mais comuns a radiografia e a densitometria óssea. A DMO é eficaz no diagnóstico da Osteopenia, condição que antecede a Osteoporose.
TRATAMENTOS
1. Medidas Farmacológicas: existem várias opções de medicamentos que auxiliam no tratamento da Osteoporose. O tipo de medicamento, assim como sua dosagem, devem ser estabelecidos após consulta e diagnóstico feito por médico especialista. 2. Medidas não-farmacológicas: a prevenção da OP e das fraturas consequentes apoiam-se em um tripé: nutrição adequada, bons hábitos de vida, incluindo exercícios físicos e evitando alcoolismo e tabagismo. 3. Controle do ambiente para prevenção de quedas.
EXERCÍCIO FÍSICO E OSTEOPOROSE
As estratégias preventivas da Osteoporose deveriam ter 3 objetivos:
1. Aumentar a massa óssea durante e imediatamente após os períodos de crescimento, maximizando o pico da massa óssea; 2. Manter ou desacelerar a taxa de perda da massa óssea durante a vida adulta; 3. Diminuir os índices de propensão às quedas em adultos e idosos.
Além de melhorar a autoestima, a autonomia funcional e a consequente qualidade de vida, a prática de exercícios físicos provê um método auxiliar para prevenção e tratamento da Osteoporose. Atletas e pessoas ativas tendem a possuir densidade óssea mais elevada do que a população em geral, o que pode servir como modelo para avaliação dos efeitos de diferentes programas de exercícios na DMO.
Consequentemente, atividades como o ciclismo, natação ou hidroginástica não seriam as mais indicadas para promover o aumento da densidade óssea. Vale ressaltar que a prevenção da osteoporose não deveria se limitar às intervenções realizadas na idade adulta. Aumentos, mesmo que moderados, no volume de atividades físicas em crianças estão associados a maiores DMO em todos os ossos do corpo, podendo trazer esses benefícios até a velhice. Já a prática de exercícios a partir da idade adulta, embora possibilite ganhos expressivos, tem um efeito menor em relação à diminuição dos riscos para o desenvolvimento da doença e a incidência de fraturas a ela associadas.
Para que os exercícios físicos maximizem ganhos de massa óssea é necessário que possuam determinadas características: tensão muscular e ação da gravidade e devem respeitar os princípios de especificidade (focalizar na área de interesse), sobrecarga (necessário incluir força), reversibilidade (na ausência de estímulo de treinamento, os efeitos positivos serão perdidos) e individualidade biológica (cada indivíduo alcança um determinado ganho). Os exercícios mais recomendados seriam: musculação e exercícios que gerem impacto como corrida, caminhada e pequenos saltos em conjunto com exercícios que melhorem o equilíbrio, para a prevenção de risco de quedas. Mas é muito importante que antes de iniciar qualquer tipo de modalidade de exercício a pessoa esteja em dia com suas consultas e exames médicos.
Fonte: www.educacaofisica.com.br